A
CURA DO SERVO DO CENTURIÃO
Depois de uma noite de
oração, Jesus escolheu os 12 homens que seriam seus apóstolos. Em seguida, ele
proferiu um belo sermão que conhecemos como “O sermão do monte”. Jesus retornou
para Cafarnaum e foi abordado para que fosse curar o servo de um centurião.
Encontramos pelo menos seis referências sobre
centuriões na bíblia:
1)
O centurião que pede pela saúde de seu
servo (Mt 8:5-13; Lc 7:1-10).
2)
O centurião encarregado da crucificação
de Jesus (Mc 15:39, 43-45).
3)
Cornélio – devoto a Deus e generoso
(Atos 10).
4)
Os centuriões que salvaram Paulo de ser
espancado até a morte (At 21:27-40; 22:24-29).
5)
Os centuriões que cuidavam da segurança
de Paulo (At 23:11-24).
6)
Júlio – escoltou e protegeu Paulo na sua
viagem a Roma (At 27).
O exército comandado
por um centurião possuía um estandarte romano, conhecido como Águia de Prata
Romana, com suas garras apoiadas sobre um raio. Quando o exército acampava, a
Águia era colocada sobre uma curta estaca, no centro do campo.
O centurião comandava
uma companhia de cem homens, que era a sexta parte de uma corte, que era a
décima parte de uma legião, somando seis mil soldados. Havia sessenta
centuriões em cada legião.
Residia naquela cidade
(Cafarnaum), com um destacamento que tomava conta do porto e da estrada
comercial, um centurião a serviço do tetrarca Herodes Antipas. Possivelmente,
seria um prosélito, convertido ao judaísmo, pois o mesmo havia edificado a
sinagoga (Lc 7:4,5,9).
Era um homem de alma
nobre e generosa, e de boa condição. O centurião já havia ouvido falar de Jesus
(Lc 7:3), e é possível o ter encontrado pelas ruas e ouvido as suas pregações
ou testemunhado algum de seus milagres. Esse centurião tinha um servo, a quem
muito estimava, considerando-o como seu próprio filho (Lc 7:2). Diferente de
outros romanos que tratavam seus servos com desprezo e rigidez.
Os meios comuns da
medicina da época foram insuficientes para trazer a cura para este servo.
Mateus relata que o servo do centurião estava “paralítico e violentamente atormentado” (Mt 8:6).
Conforme Mateus, parece
que o próprio centurião saiu em busca de Jesus e fez o pedido. E de acordo com
Lucas, temos uma impressão contrária. Mas não há uma contradição entre as
narrações.
Era comum na época usar
o nome de alguém importante, como se fosse ele mesmo falando, segundo o que
relata Mateus. “O que se faz por meio de outro é considerado como se fosse por
si mesmo”. O que os amigos do centurião falaram, foi como se fosse ele mesmo
estando lá. Lucas explica que o centurião envia primeiros anciãos, homens
importantes na cidade (Lc 7:3) o que lembram a sua generosidade e fé por meio
de obras (Lc 7:4,5). Ao se aproximar da sua casa o mesmo centurião envia alguns
amigos (Lc 7:6,8). Para ele, o Salvador não teria outra coisa a fazer a não ser
mandar, mesmo à distância, com certeza a enfermidade iria sair.
Os evangelistas
observam que essa atitude deixou Jesus maravilhado, por tamanha fé (Mt 8:10; Lc
7:9), ficou admirado (Mc 6:6), a ponto de Jesus elogiá-lo publicamente,
exclamando: “Digo-vos que nem ainda em Israel tenho achado tanta fé” (Lc 7:9).
Prof. Pr. Cícero Carvalho
Ótimo estudo e contexto histórico.
ResponderExcluirBem elaborado